Salas de cinema do Shopping Ponta Negra exibem filme dirigido por Alceu Valença

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Estreia nesta quinta-feira (24) ‘A Luneta do Tempo’, nas salas de cinema da Cinépolis do Shopping Ponta Negra. O filme, que promete ser uma boa pedida para quem quer curtir o feriado, mostra o lado cineasta do famoso cantor, compositor e poeta Alceu Valença, que assina o roteiro e a direção cinematográfica.  Recheado de canções do próprio Valença, o musical tem todas as suas falas e diálogos rimados como na literatura de cordel. 

Alceu explica que começou a escrever um poema de cordel logo depois da morte de seu pai, Décio de Souza Valença, em 1999. “Passei alguns dias na Fazenda Riachão, onde nasci e fui criado até os sete anos de idade. Imediatamente, fui tomado pelas referências da minha infância, a cultura dos cantadores, violeiros, emboladores, cegos de feira, cordelistas, vaqueiros, os velhos circos do interior, o cangaço. Um dia mostrei o texto ao Waltinho Carvalho, que me disse: “Isto é cinema!”, lembra o músico. 

Ele conta que procurou adquirir maior conhecimento sobre audiovisual e mergulhou fundo. Assistiu a diversos filmes e estudou roteiro, direção e montagem até se sentir preparado para o desafio. “Minha arte sempre se aproxima da reflexão, seja na música, na poesia, agora no cinema. É uma arte espontânea de um criador que não vai pela cabeça de ninguém”, comentou.

‘A Luneta do Tempo’ já foi apresentado com sucesso em alguns dos principais festivais de cinema do Brasil, incluindo Cine PE (Pernambuco), Festival do Rio (RJ), Festival de Vitória (BA) e Festival de Cinema de Gramado (RS), onde foi premiado com os Kikitos de Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Musical. 

No filme, Lampião (Irandhir Santos), sempre acompanhado por sua amada Maria Bonita (Hermila Guedes), lidera seu bando pelo sertão de Pernambuco, enfrentando a polícia local. Seu principal antagonista é Antero Tenente, que foi abandonado preso e de cabeça pra baixo pelo bando de Lampião. Esta disputa permanece com o passar dos anos, quando o filho de Antero torna-se adulto e não aceita qualquer provocação à imagem do pai ou à simples menção a algo que lembre Lampião e seus cangaceiros.

 

Alceu Valença

Nascido em São Bento do Una, agreste de Pernambuco, em 1946, Alceu Valença cresceu com os elementos vivos que ajudaram a consolidar a cultura nordestina contemporânea. Alceu aasimilou a cultura e a música do agreste e do sertão a partir do canto dos aboiadores, emboladores, violeiros e cantadores de feira; das toadas, baiões, xotes e rojões, cantigas de cego e tocadores de sanfona de oito baixos; dos poetas de cordel, versejadores populares e artistas de circo, dentre outras manifestações.

Músicas como “Coração Bobo”, “Anunciação”, “Tropicana”, “Belle de Jour”, “Táxi Lunar”, “Pelas Ruas Que Andei”, “Cabelo no Pente”, “Solidão”, “Como Dois Animais”, “Na Primeira Manhã”, “Estação da Luz” e “Embolada do Tempo” estão entre seus maiores sucessos. Com mais de 40 anos de carreira (a partir do primeiro LP solo, “Molhado de Suor”, de 1974), Alceu Valença continua a se reinventar.

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